Os 10 discos mais icônicos produzidos por Rick Rubin

Poucas pessoas dos bastidores da música atingem o status de lenda. O produtor Rick Rubin é um dos raros que conseguiu alcançar esse título.

Dono de 9 Grammys, o produtor americano já trabalhou com alguns dos maiores artistas do planeta e produziu alguns dos discos mais emblemáticos do Rock e do Pop na história.


Mesmo com a sua trajetória impressionante, o produtor fez uma confissão surpreendente em uma entrevista: ele não entende nada de música. Mal sabe tocar instrumentos e se diz incapaz de operar uma mesa de som. 

Suas técnicas de produção, no caso, não existem - ele se deixa levar pela sua intuição e pelas suas preferências.

"Eu sei o que eu gosto e o que não gosto. E eu sou decidido quanto a isso. Sou pago pela confiança que tenho no meu gosto, e a habilidade que tenho de expressar isso já se provou útil para artistas."

Recentemente, o autor lançou o livro " O Ato Criativo - uma forma de ser". 

Ele poderia ter escrito um best-seller sobre a indústria da música e histórias de grandes artistas. Em vez disso, passou oito anos escrevendo, basicamente, sobre "como viver", a partir de uma abordagem deliciosa e extremamente prática do processo criativo.

O seu objetivo com a obra é estimular as pessoas a transcenderem suas limitações e resgatarem um estado puro de inocência e inspiração dentro de si, "pois a arte e a criatividade estão à disposição de cada um de nós, como um direito de nascença".


De produtor musical a guru de autoajuda, Rick Rubin é, sem dúvida, uma lenda. 

Seu trabalho moldou grande parte do Rock e do Pop mundial, e até hoje ele continua a influenciar artistas a alcançarem o seu auge. Rubin acredita que para isso, eles devem se reconectar com suas melhores versões e com o que têm de melhor para oferecer ao mundo.

Confira abaixo a nossa seleção dos 10 discos mais icônicos produzidos por Rick Rubin e a história de cada um deles.


Red Hot Chili Peppers – Californication (1999)

Californication marcou um momento crucial para o Red Hot Chili Peppers, uma das bandas mais ligadas ao nome de Rick Rubin. O álbum se tornou um dos mais populares da história, apresentando um estilo mais pop e comercial da banda, conhecida até então pela sua mistura única de Rock e grooves.

Sucessos como "Scar Tissue" e "Otherside" foram responsáveis por aumentar a base de fãs da banda, ao mesmo tempo que outras faixas, como “Around the World”, garantiam que o grupo não perderia a sua essência musical.


Black Sabbath – 13 (2013)

Rubin tentou trabalhar com o Black Sabbath em 2001, mas o projeto não foi adiante. Doze anos depois, os ícones do metal se reuniram novamente e o aclamado álbum 13 foi lançado.

Como disco de despedida da banda, o objetivo de Rick foi resgatar a sonoridade e a essência do grupo, deixando a criatividade dos músicos fluir. O resultado foi uma obra digna de encerramento da carreira de uma das maiores bandas de Metal do mundo. E faixas como “God Is Dead?”, “Loner” e “Age of Reason” surgiram como algumas das melhores da história do grupo.


Beastie Boys – Licensed to Ill (1986)

O primeiro e único álbum que Rick Rubin produziu com os Beastie Boys marcou uma mudança significativa no hip-hop, mostrando a energia estridente dos Beastie Boys. O grande feito do produtor foi unir os mundos do rap e do metal, que pode ser percebido na faixa “No Sleep Till Brooklyn”, que conta com a participação de Kerry King, do Slayer.

Sete das 13 faixas do álbum foram lançadas como singles, mas apenas uma “(You Gotta) Fight For Your Right (To Party!)” atingiu o top 10 e continua sendo o single de maior sucesso do grupo.

O álbum já passou da marca e 10 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.


Public Enemy - It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back (1988)

Às vezes, a marca de um grande produtor é reconhecer grandes talentos e simplesmente sair do caminho. Rubin era um fã do Public Enemy antes de mais nada e via seu papel como produtor executivo mais como um conselheiro, permitindo a Chuck D, Terminator X, Professor Griff, os S1W e o Bomb Squad a liberdade de criar.

Politicamente carregado e sonoramente revolucionário, o álbum do Public Enemy mudou o cenário do hip-hop no mundo. Com o toque de Rubin, faixas como “Bring the Noise” e “Don’t Believe the Hype” se tornaram hinos para uma geração.


Run-DMC – Raising Hell (1986)

Considerado um marco na história da música, o primeiro grande sucesso do produtor Rick Rubin é uma ótima introdução ao seu estilo. Trabalhando com um dos grupos de Hip Hop mais famosos da época, Rubin rejeitou o caminho mais seguro e confortável e os levou em uma nova direção, claramente representada pela versão de "Walk This Way".

Com um sample icônico do Aerosmith, a canção destacou a afinidade de Rubin por misturar universos musicais distintos. Este exemplo mostra que a sua produção não se baseava em técnicas complexas, mas em uma abordagem simples e direta, característica de um verdadeiro apaixonado pela música, com um toque de ousadia.

O álbum é um dos pioneiros do hip-hop, além de apresentar a fusão entre o Rock e o Rap.


Johnny Cash – American IV: The Man Comes Around (2002)

Um dos trabalhos mais emblemáticos da carreira de Rick Rubin foi revitalizar Johnny Cash. O ícone da música americana se encontrava em um momento de lançamentos sem muito sucesso antes de Rubin aparecer.

Segundo ele, Cash estava sendo injustiçado pela indústria da música e os dois passaram a trabalhar juntos. A série American marcou o final da vida do cantor americano e lhe rendeu últimos sucessos, como a versão para “Hurt”, do Nine Inch Nails, que aparece no quarto capítulo, The Man Comes Around.

Nomes como Nick CaveFiona Apple e John Frusciante contribuíram para o sucesso do álbum, eternizando o legado e a influência de Johnny Cash de uma vez por todas.


Adele - 25 (2015)

Rick Rubin foi um dos vários produtores que contribuíram para o disco da cantora britânica lançado em 2015, mas a sua participação não pode ser ignorada. Músicas como "When We Were Young" exemplificam o caráter emotivo pelo qual Rubin é conhecido, fazendo deste um dos álbuns mais vendidos do século XXI.


Kanye West - Yeezus (2013)

Um álbum vanguardista, feroz e totalmente único que, para muitos, ultrapassou os limites da música, no qual Rick Rubin trouxe a sua abordagem minimalista, permitindo que a energia bruta do álbum brilhasse.

Um excelente exemplo dessa energia que Rubin trouxe pode ser encontrada em “Bound 2”. A versão original de West era mais uma faixa de R&B direta. Rubin ouviu a música e pensou no grupo punk nova-iorquino Suicide dos anos 70. Ele puxou tudo, menos o sample e uma linha de baixo distorcida sobre a qual Charlie Wilson voou durante o refrão. É certamente possível que os designs originais fizessem sucesso, mas através da orientação de Rubin, tornou-se uma obra-prima minimalista.


System of a Down – Toxicity (2001)

Muitos apaixonados por boa música dizem que não existem discos que soem como Toxicity. A coleção de 14 faixas combina elementos de metal, clássico, jazz, prog, folk, a herança armênia e a condição americana.

Com músicas como “Chop Suey!” e a própria faixa-título, Rubin e System Of A Down mostraram ser possível apresentar novos elementos e um ritmo pesado, ao mesmo tempo que considerava a sonoridade da época. Além disso, as letras ficaram marcadas por levar palavras de protesto em meio a versos que não saem da cabeça.

Uma curiosidade, é que o álbum foi lançado em 4 de setembro de 2001 e foi número #1 quando as Torres Gêmeas caíram no Estados Unidos.


LL Cool J – Radio (1985)

Um dos primeiros álbuns produzidos por Rick Rubin, Radio deu ao mundo o charme e a inteligência de LL Cool J, embrulhados nas batidas cruas de Rubin. Considerado uma lembrança da era de ouro do hip-hop.

LL Cool J se tornou uma estrela. E Rubin se tornou um dos formadores de opinião mais requisitados do planeta.